terça-feira, 14 de julho de 2015

Guaibasaurus Candelariensis



RESUMO
Este artigo apresenta uma breve exposição sobre a vida pré-histórica focada no Estado do Rio Grande do Sul e no achado paleontológico de uma das espécies mais antigas de dinossauros encontradas no mundo: o Guaibasaurus Candelariensis. Apresenta também uma reflexão sobre a importância dos descobrimentos dos fósseis, do estudo e da divulgação do conhecimento para o público.

Palavras-chave: Guaibasaurus Candelariensis. Dinossauro. Paleontologia.

ABSTRACT
This article shows a brief presentation about prehistoric life focused on the Rio Grande do Sul State and on the paleontological finding of one of the oldest dinosaur species found in the world: Guaibasaurus Candelariensis. It also reflects on the importance of the discoveries of fossils, study and dissemination of knowledge to the public.

Keywords: Guaibasaurus Candelariensis. Dinosaur. Paleontology.


1 INTRODUÇÃO
            Objeto de curiosidade de adultos e fascinação de muitas crianças, os dinossauros, habitantes do Planeta Terra há milhares de anos, deixaram registros importantes para entendermos um pouco mais sobre como evoluiu nosso planeta até os dias atuais. Com a popularização de filmes e animações sobre esses animais pré-históricos, milhares de pessoas visitam museus em busca de uma aproximação dos fragmentos das grandes bestas hollywoodianas.
            Extintos há milhões de anos por motivos ainda não totalmente esclarecidos, o público ainda encontra peças fósseis em ótimo estado de conservação em museus do mundo todo. No Brasil não é diferente. Vários fósseis já foram encontrados e estudados por paleontólogos de todo o país. E no Rio Grande do Sul? Os grandes e perigosos répteis carnívoros também passaram por aqui? Sim. E podem ser observados e estudados em alguns museus do Estado. Um deles, tido como um dos melhores museus de história natural ligados à pré-história, o Museu de Paleontologia Irajá Damiani Pinto, abriga e estuda alguns desses exemplares, dentre eles uma réplica do curioso Guaibasaurus Candelariensis. De uma forma objetiva, veremos um pouco da história e as curiosidades do estudo dos dinossauros no Rio Grande do Sul através de um dos “dinos” mais gaúchos de todos os tempos.

2 OS RÉPTEIS TERRÍVEIS
            O termo dinossauro foi originalmente introduzido pelo paleontólogo inglês Sir Richard Owen em 1842. Essa palavra vem do grego e pode ser traduzida como “réptil terrível”. Talvez nenhum outro grupo de animais extintos tenha gerado tanto interesse por parte dos visitantes de museus como o desses fósseis. Essa popularização cresceu com a abordagem do assunto por filmes como “Jurassic Park” na década de 1990, que continuam a fazer muito sucesso com suas sequências mesmo depois de 20 anos de seu lançamento.
            Passados mais de 170 anos da denominação que Owen criou para esses animais, as pesquisas e as teorias sobre os dinossauros não param de crescer. Uma dessas teorias é a hipótese que faz referência ao fato de nem todos os dinossauros terem se extinguido e as aves serem descendentes dos dinossauros. Essa teoria, apesar de não ser nova, ganhou força nos últimos 15 anos. Alguns estudiosos são contra essa ideia, vendo as aves como um grupo distinto dos dinossauros, mas “cada vez mais cresce o número de cientistas que defendem a ideia que as aves são dinossauros com penas que aprenderam a voar” (KELLNER; LEAL; AZEVEDO, 2009, p. 234).
            Existem características únicas em diversas espécies de animais. Nos dinossauros não é diferente. Uma dessas características está localizada em um orifício na região da bacia onde a perna se encaixa com o resto do corpo. Essa região chama-se acetábulo, o qual nas aves também é perfurado, reforçando assim a teoria apresentada anteriormente.
             Essas sinapomorfias, ou seja, as características únicas encontradas em seres de mesma espécie, nos dinossauros totalizam 17. Desse modo, diferente do que a maioria das pessoas acredita, não basta ser um fóssil de animal gigante e extinto para ser considerado um dinossauro. Em se tratando de tamanho, nem todos eram de dimensões colossais. Alguns não eram muito maiores do que uma galinha e outros podiam chegar até quase 50 metros de comprimento, como no caso do Argentinosaurus.
            Os restos fossilizados de dinossauros são encontrados em todos os continentes, inclusive aqui em solo tupiniquim. A incidência de fósseis desses animais é maior em desertos, ou seja, em locais onde a cobertura vegetal é escassa ou ausente. No Brasil, apesar de ser um local com um potencial para descoberta desses animais, foram descritas ou estão em fase de descrição pouco mais de duas dezenas de espécies de dinossauros. Contudo, foi em solo brasileiro, segundo os pesquisadores Kellner, Leal e Azevedo (2009, p. 238), mais “especificamente nos sedimentos das formações Santa Maria e Caturrita, que alguns dos animais mais primitivos foram encontrados”. Totalizam cinco espécies formalmente descritas, sendo uma delas o Guaibasaurus Candelariensis.
                                                            
3 GUAIBASAURUS E OS DINOS DOS PAMPAS
            O Rio Grande do Sul tem uma importância essencial para os amantes da paleontologia, ou seja, os cientistas estudiosos do passado do Planeta Terra através dos fósseis. Isso ocorre porque esse Estado do sul do Brasil estava situado há 230 milhões de anos no centro do imenso Continente Pangea, que reunia todos os continentes em um só, e segundo estudiosos, foi nessa região, hoje conhecida como sul do Continente América do Sul, que os dinossauros surgiram. Teoricamente, os resquícios dos dinossauros mais antigos do mundo estão no país vizinho do Rio Grande do Sul, a Argentina.
            Essa proximidade com o Estado faz com que os gaúchos possuam fósseis desses animais pré-históricos tão antigos quanto os dos argentinos. O Staurikosaurus pricei, por exemplo, encontrado em Santa Maria, é o fóssil de dinossauro mais antigo descrito no Brasil. Acredita-se que tenha aproximadamente “225 milhões de anos, fazendo dele um dos dinossauros mais antigos do mundo” (KELLNER; LEAL; AZEVEDO, 2009, p. 239).
            Entre os dinossauros encontrados no Rio Grande do Sul, um em especial chama a atenção não só pela descoberta do fóssil e pela datação do início do Período Triássico, mas pelo gracioso nome com que foi batizado.
            O Guaibasaurus Candelariensis recebeu esse nome em 1999, ano em que foi identificado, em homenagem ao Rio Guaíba, devido ao projeto pró-guaíba que apoia pesquisas no Brasil sobre o período Triássico. Já Candelariensis faz referência à cidade próxima onde foi encontrado o primeiro fóssil dessa espécie de dinossauro. Segundo os estudos dos pesquisadores Bonaparte, Ferigolo e Ribeiro (1999, p. 89), o primeiro fóssil de Guaibassauro foi encontrado a 7,5 km a oeste da cidade de Candelária, no Rio Grande do Sul, perto da bacia hidrográfica do Rio Guaíba.
            Acredita-se que o Guaibassauro tenha aproximadamente 225 milhões de anos, estando assim “na raiz da linhagem dos dinossauros que viria a originar os mais incríveis predadores que já habitaram a terra firme” (ANELLI, 2010, p.120). Essa teoria colocaria o fóssil como o mais antigo do Brasil, ao lado do Staurikosaurus pricei.
            Até o momento foram encontrados dois exemplares de Guaibassauro, um em meados da década de 1990 e outro em 2002. Ambos estão em bom estado, porém não estão completos. Uma das partes que não foram encontradas foi o crânio. Apesar disso, os fósseis foram de grande valia para os estudos científicos dessa espécie e possibilitaram a hipótese de como seria o animal por completo, com dimensões de 0,90 m de altura e 1,80 m de comprimento. Sabemos ainda que o Guaibassauro era carnívoro, bípede e predador de pequenos animais vertebrados.
            Fato curioso e de grande importância para a ciência relatado por Agnolin e Martinelli (2012) foi o de o fóssil de Guaibassauro ser encontrado com as pernas flexionadas e com as mãos cruzadas em torno do corpo e o pescoço dobrado. Tal posição tem semelhança e característica de repouso encontrada nas aves e nos mamíferos atuais. Essa posição é encontrada exclusivamente em animais de sangue quente, pois esse modo de repouso tem como objetivo reter calor no corpo, principalmente em noites frias. Sendo assim, há uma possibilidade de os dinossauros, ao contrário do que se pensava, terem sido animais de sangue quente, diferente dos répteis como crocodilos e lagartos. Seria mais uma contribuição dos estudos referentes aos fósseis do Guaibasaurus Candelariensis.

4 CONCLUSÕES
            O fascínio que os animais pré-históricos exercem nos serem humanos em geral é hoje fomentado pela grande mídia, e os trabalhos de estudiosos do assunto estão crescendo e trazendo informações importantes para a ciência.
            No Brasil e em especial no Rio Grande do Sul, a Paleontologia tem um papel especial em desvendar os mistérios escondidos nos solos dos pampas gaúchos. A riqueza para a produção intelectual desses materiais de milhares de anos espera incentivos para que possamos entender boa parte do passado do mundo através de nossa terra.
            O Guaibasaurus Candelariensis é um exemplo do que pode ser descoberto em termos de fósseis no Rio Grande do Sul, um local de grande quantidade de afloramentos fósseis no Brasil, quantidade essa que poderia ser ainda maior e com possibilidades de mais descobertas.
            Os achados fósseis são patrimônios de indiscutíveis valores. O estudo e a exposição dessas peças devem alcançar diversos públicos, socializando o saber para todos aqueles, curiosos ou estudiosos, que queiram saber um pouco mais sobre a evolução, a extinção ou mesmo a permanência desses seres vivos na Terra, tendo acesso a um mundo teoricamente antigo, mas academicamente novo no Brasil.

           
 
REFERÊNCIAS
AGNOLIN, F; MARTINELLI, A. G. Guaibasaurus candelariensis (Dinosauria, Saurischia) and the early origin of avian-like resting posture, Alcheringa: An Australasian Journal of Palaeontology, 2012.

ANELLI, L. E. O. O guia completo dos dinossauros do Brasil, São Paulo: Peirópolis, 2010.

BONAPARTE, J. F.; FERIGOLO, J.; RIBEIRO, A. M. A new early Late Triassic saurischian dinosaur from Rio Grande do Sul State, Brazil. Proceedings of the second Gondwanan Dinosaurs symposium. National Science Museum Monographs, Tokyo, 1999, 15: p 89-109.

KELLNER, A. W. A.; LEAL, L. A.; AZEVEDO, S. A. K. Dinossauros de Santa Maria, o berço dos. In: Átila Augusto Stock da Rosa. (Org.). Vertebrados fósseis de Santa Maria e região. Santa Maria: Pallotti, 2009, p. 233-251.

domingo, 7 de junho de 2015

O ESTADO E O “MERCADO” CULTURAL BRASILEIRO



Resumo

Este ensaio apresenta uma análise crítica sobre as questões mercadológicas ligadas à cultura nacional. Utiliza como base a obra “Cultura Neoliberal: leis de incentivo como política pública”, de Cristiane Olivieri. Trata brevemente sobre pontos positivos e negativos do Estado e da iniciativa privada como incentivadores da cultura no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Cultura de mercado. Estado. Políticas públicas.

            Entender cultura dissociada de questões sociais e mercadológicas é quase impossível atualmente. O Estado tem um papel importante nessa concepção cultural em que museus e outros setores e instituições ligados à produção intelectual, educacional e cultural lutam para aproximar setores sociais excluídos historicamente. Desse modo, Olivieri nos apresenta um trabalho crítico relacionando as políticas públicas voltadas à cultura em um mundo capitalista em que o retorno financeiro muitas vezes é levado acima do bem-estar social e cultural.
            Por mais que cause espanto, a cultura como “objeto” de mercado se tornou um produto perfeitamente mensurável. Segundo Chauí (2008, p. 64),
A medida é dada pelo número de espectadores e de vendas, isto é, o valor cultural decorre da capacidade para agradar. Essa mensuração tem ainda um outro sentido: indica que a cultura é tomada em seu ponto final, no momento em que as obras são expostas como espetáculo, deixando na sombra o essencial, isto é, o processo de criação.
            Vale lembrar que o acesso à cultura deve ser oferecido a todos os cidadãos independente de questões mercadológicas, uma vez que nem toda manifestação cultural tem apelo sequer midiático. Nesse sentido, Olivieri (2004, p. 25) destaca que “apenas parte das produções atinge a auto-sustentabilidade e uma parcela pequena consegue gerar lucros para os produtores e artistas”. O alto risco financeiro para o investidor cultural torna-se pouco atrativo para possíveis parceiros. Obviamente, se o apoio à cultura se desse apenas pela questão econômica, visando exclusivamente o mercado, nosso país estaria prestes a entrar em colapso em suas manifestações artísticas. Assim, não se podem limitar as manifestações artísticas àquelas de grande apelo econômico, desse modo alijando grande parcela da população brasileira de suas manifestações culturais que não têm por objetivo a venda de produto, mas sim os valores histórico-sociais de sua comunidade.
            Desse modo, Olivieri destaca que, para a sustentabilidade cultural de uma produção, muitas vezes não é viável a receita direta, pelos motivos já mencionados. Assim, há necessidade de intervenções de outras instituições, no caso o Estado. No Plano Nacional da Cultura (PNC), nº 12.343/2010, do Ministério da Cultura (MinC), observamos já no início do documento, no Artigo 2º, as formas de acesso à cultura, financiamento e fomento, como estimular a sustentabilidade socioambiental, desenvolver a economia da cultura, o mercado interno, o consumo cultural e a exportação de bens, serviços e conteúdos culturais, entre outros. No Capítulo II, Artigo 3º, destacam-se as atribuições do poder público. Ambos os artigos nos apresentam o Estado como fomentador e regulador das políticas públicas de cultura, garantindo as diversas expressões culturais. Assim, não podemos deixar de citar o financiamento da cultura independente das políticas culturais, pois mesmo contando com o apoio da iniciativa privada, “isso não exclui o papel regulador do Estado, uma vez que se está tratando de renúncia fiscal e, portanto, de recursos públicos” (BOTELHO, 2007, p. 13).
            O Estado possui diversos recursos para ser um facilitador na produção cultural, podendo ser um financiador cultural em maior ou menor grau dependendo do caso. Olivieri, citando Ranalli, observa que o Estado pode atuar de quatro maneiras diferentes: facilitador, mecenas, arquiteto e engenheiro. Desse modo, como facilitador, o Estado atuaria através dos incentivos fiscais do governo e da busca de outros fundos que incentivariam a produção artística. Como mecenas, atuaria através dos subsídios e da compra de obras, o que traria um apoio indireto para a arte. Semelhante à prática francesa, o Estado poderia também atuar como arquiteto, apoiando diretamente as artes com controle das instituições culturais e da produção artística e disponibilizando recursos pessoais para a área cultural. Já como engenheiro, do mesmo modo que os regimes totalitários, o Estado assumiria todos os meios de produção controlando até mesmo o que será exposto. Com exceção da atividade do Estado como engenheiro, as três outras atuações (facilitador, mecenas e arquiteto) seriam adequadas ao nosso país. Devido ao tamanho quase continental de nossa pátria, deveríamos organizar tais atuações com as diferenças e as particularidades de cada região e o produto a ser trabalhado; desse modo, o Estado maximizaria a produção cultural, viabilizando vários tipos de produção e também a diversificação de seus consumidores.
            Se viajarmos pela história recente de nosso país em relação à política cultural brasileira, notaremos que o Estado sempre se fez presente no financiamento das produções culturais, seja como facilitador, mecenas, arquiteto e até mesmo como engenheiro na época do regime militar na década de 1960 até a de 1980. Apesar disso, não foi suficiente para suprir as carências da área cultural brasileira. Assim, se faz a necessidade de um apoio ainda maior para o setor artístico. Uma dessas possibilidades seria o apoio da iniciativa privada, podendo ser de empresas ou cidadãos. Em relação aos cidadãos brasileiros, na maioria das vezes o apoio aos setores culturais é visto como obrigação do Estado, que deve investir impostos pagos por seus contribuintes nesses setores como em todos os outros.
            Diferente do caso tupiniquim, os estadunidenses, por uma questão cultural, estão mais propensos a doações do que os brasileiros. Um estudo nos apresenta que “em 1993, 75% dos cidadãos americanos declararam que doaram algum dinheiro no ano anterior para instituições sem fins lucrativos, ou seja, para uma causa social, cultural, esportiva, religiosa ou de saúde [...]” (OLIVIERI, 2004, p. 36). Apesar de estar longe de comparação com o caso dos Estados Unidos, aqui no Brasil a cultura da doação, principalmente ligada a causas de sua comunidade, está se intensificando. Esse pode ser um importante fator de captação de recursos e apoio das comunidades às artes.
            As empresas privadas podem ser outra fonte de financiamento da produção cultural. Nessa situação, observamos as empresas, diferente do Estado, com objetivos pontuais, geralmente ligados à comunicação, em troca de seu patrocínio. A empresa não atuará por caridade, mas em troca de benefícios a sua marca, reconhecimento e prestígio. As empresas estimuladas pelas leis de incentivo à cultura estão ligadas ao Estado, como facilitador, auxiliando manifestações artísticas que não se concretizariam sem apoio externo.
            Infelizmente, a lógica mercadológica acaba inibindo o processo criativo do artista. Devido ao imediatismo econômico que as empresas vivem, os produtos culturais de processo construtivo de longa duração não interessam instituições que prezam pelo lucro rápido. Desse modo, o mercado acaba por limitar o processo de experimentação, gerando muitas vezes um produto adaptado à lógica de mercado capitalista. Assim, o Estado deve agir de forma a fomentar as práticas culturais em nosso país. Cabe ao Estado incentivar setores não auxiliados e apoiados pelas lógicas mercadológicas. Não podemos entender o Estado como mais um cliente, mas como um incentivador da cultura nacional esquecida pela lógica capitalista do século XXI.
                     

 
Referências

BOTELHO, Isaura. A política cultural e o plano das idéias. In: RUBIM, Antonio Albino Canelas; BARBALHO, Alexandre. (Org.). Políticas culturais no Brasil. Salvador:Edufba, 2007. p. 109-132.

BRASIL. Lei nº 12.343, de 2 de dezembro de 2010. Institui o Plano Nacional de Cultura – PNC, cria o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais-SNIIC e dá outras providências. Brasília, DF: Ministério da Cultura, 2010. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12343.htm>. Acesso em: 12 de abril de 2015.

CHAUI, Marilena. Cultura e democracia. Em: Crítica y emancipación: Revista latinoamericana de Ciencias Sociales. Año 1, no. 1 (jun. 2008- ). Buenos Aires: CLACSO, 2008- . ISSN 1999-8104. Disponível em: <http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/secret/CyE/cye3S2a.pdf>. Acesso em: 12 de abril de 2015.

OLIVIERI, Cristiane Garcia. Cultura neoliberal: leis de incentivo como política pública de cultura. São Paulo: Ecrituras E

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Documentação Museológica



Documentação “museoquê”?
Documentação museológica! É o conjunto de informações obtidas de cada objeto do museu com a finalidade de representá-lo. Para isso, cria-se um documento com elementos escritos e gráficos (fotografia) contando a história e o percurso daquele objeto para uma melhor compreensão e entendimento a respeito dele. Desse modo, o documento não contém apenas as informações do objeto em si, mas também fatores externos a esse objeto que podem nos fazer entendê-lo um pouco mais. Assim, tanto você quanto eu poderemos recuperar essas informações para mais tarde transformá-las em mais conhecimento.


“Lendo” o objeto
            Em um museu, o objeto torna-se parte da instituição quando tem seu documento registrado. A materialidade deixa de ser apenas um objeto para tornar-se um objeto-documento, ou seja, um material que nos apresente não apenas suas características físicas, mas sua procedência, o contexto em que estava inserido, seu significado, algo que realmente conte “quem” ele é. Para isso, há a necessidade de um profissional qualificado que produza essa pesquisa sobre nosso objeto de estudo.


De quem são essas coisas?
            Um eficiente Sistema de Documentação Museológica é de grande importância não somente para se saber de quem é o objeto musealizado, mas também para haver uma qualidade sistemática e o acesso satisfatório às informações a partir de um documento relacionando tanto o histórico quanto as questões físicas da materialidade. Esse sistema, quando bem elaborado, facilita tanto nas ações de pesquisas e na agilidade na recuperação da informação quanto na conservação e na comunicação dos acervos relacionados.

domingo, 24 de novembro de 2013

"Bastidores" de um Museu: Uma visita ao MCT-PUCRS



 Existem vários tipos de museus, sendo o mais conhecido o tradicional. Um museu tradicional que podemos destacar é o do tipo interativo. Ele assemelha-se ao museu ortodoxo clássico, porém o visitante pode interagir com os objetos em exposição. Do mesmo modo que o ortodoxo, o museu interativo limita-se a um edifício, seus núcleos são bem definidos, mas o espaço onde a exposição ocorre não é bem delimitado. Nessa tipologia, não há um roteiro a ser seguido, mas ela apresenta conjuntos interativos; por esse motivo, há uma demanda grande de monitores para assessorarem os visitantes. Assim como no museu ortodoxo, há também certa ênfase no objeto, mas o trabalho é mais voltado para os conceitos; logo, a compreensão da exposição só é possível com a participação do visitante, tendo como foco a percepção e o tempo da pessoa. Em geral, a estética do ambiente não é tão importante, mas deve-se ressaltar que o lugar deve ter uma aparência agradável para estimular o visitante a descobrir e experimentar.
No dia 21 de novembro, a turma do curso de Museologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na disciplina de Museologia no Mundo Contemporâneo, ministrada pela professora Zita Possamai, fez uma visita aos “bastidores” de um exemplo dessa tipologia de museu que é o Museu de Ciências e Tecnologia (MTC) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Com aproximadamente 700 equipamentos expostos para interação, o MCT destaca-se pela estrutura e organização surpreendente, com uma área de exposição com mais de dez mil metros quadrados.
Em uma tarde de grande aquisição de conhecimento, pudemos entrar em contato com a estrutura “invisível” da instituição que faz o MCT acontecer. Após algum tempo de uma palestra sobre o início da caminhada do Museu, pudemos ver o que está por trás da estrutura notável do MCT. No subsolo do lugar, conhecemos grandes coleções, como as de ictiologia, paleontologia e arqueologia. Ainda apreciamos um setor muito interessante, que diz respeito à área da arte dentro do museu. Artesãos empenham-se para representar no MCT lugares e animais já extintos, além de planetas e objetos para aguçar nossas imaginações.
É de grande valor que alunos de museologia conheçam como funcionam museus das mais diversas tipologias em suas regiões. A visita ao MCT da PUCRS veio a colaborar para entender como as estruturas dos museus trabalham para um melhor fazer museológico. Grandes, médias ou pequenas estruturas museais serão desafios para futuros profissionais na área museológica; sendo assim, conhecê-las é algo essencial para uma boa formação acadêmica e profissional. 
Prof. Zita e turma no MCT-PUCRS